
Sobreveio-me de súbito assalto, e confesso estar desconexo acerca de minhas próprias decisões. Minha mente esta inquieta por respostas, meu espírito anseia por certezas, luz e convicções.
Por dias tenho apreciado o discurso dos tais convictos, e admito ser réu de um sentimento de inveja, “inveja santa”, se é que tal termo exista. Admiro esses cujas palavras parecem se eternizar, cuja conduta não transparece sombras de duvidas, discrepâncias, inconsistência. Estes cujas interrogações parecem inexistir, inabaláveis, seus conceitos são pedras de esquina, pedras angulares.
Oh! Quão bom seria saber o porquê de tudo o que me aflige. Quão imensurável seria apegar-me a alguma verdade, seja ela qual fosse apenas, pelo prazer espiritual e humano de ter algo em que acreditar.
– O que ontem acreditava… Não mais acredito. E o que hoje não acredito, amanhã será minha convicção.
Não. Quero respostas. Quero um ideal, um sonho, um motivo, uma explicação. Um caminho a seguir. Qual seguir?
Dirão: “Tantos outros antes de ti, morreram pelas mesmas respostas, quem és tu para entender o fundamento destes mistérios?”.
Direi então: – Ainda que o corpo desfaleça o espírito, contudo, se manterá inquieto, até que pelo menos uma única verdade possa ser compreendida. Até que pelo menos uma única convicção possa ser vivida.
Daí-me convicções. Por favor


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