Levante-se, Ògún!
Põem-se de pé.
És ou não és
Metal de fundição?
Ferro liquefeito
Na fornalha da insurreição.
Levante-se, Ògún!
Teu povo te chama.
Teus erros te enferrujam
Tornou-se lâmina cega
Outrora faca de dois gumes
Agora vergonha que não se nega.
Levante-se, homem!
Ande, erga-te da terra.
Tu, Leão que não
Quis reinar na selva
O príncipe que preferiu
Galopar a sós pela relva.
Levante-se!
Vamos, Olódùmarè o vê.
Enfrestastes reinos e reis
Confrontastes impérios
Mas, ao confrontar a si mesmo
Escolheste a morte ao vitupério.
Levante-se, Ògún!
És espada desembainhada
És sangue nas artérias
Vento que corta a face
És palavra deletéria.
Em prontidão, levanta-se!
Teu nome é tua força
Por onde quer que andares
Todos os deuses te temem
De Ares do Olimpo à Poseidon dos mares.
Pela derradeira vez, levanta-se!
Errar é tão humano
Quanto divino a um Òrìșà
És tão impulsivo quanto és nobre
Tu és o verso do poema de Ifá.
Ògún!
Vai-te em busca de tua honra
Tome posse do que é teu
Não nascestes para a clausura
Não enclausure os sonhos teus.
Levante-se, Ògún!
Levante-se!
AUTORIA: Velho Marujo
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