Todo o samba 
É tristeza
Toda tristeza
Um pouquinho de samba.
 
E de pouco
A pouco...
Solidão.
 
É o carma do poeta
Ser um sambista incurável
Pois tal doença é cura
Ao coração.
 
Todo boêmio é
Um pouco de Zé Pilin
Vinicius diria: - Sim,
O samba é uma benção!
 
Mas não é de hoje a fossa
Caetano já avisara na bossa
Desde que o samba
É samba é assim.
 
De cor negra
De um negro alegre e vibrante
Todavia, triste e errante
Samba é banzo. É sim!
 
Entretanto
Não só de adeus e saudade
Viverá o sambista.
 
Há um tanto de
Alegria na pista
Há sempre uma
Cadência ao ritmista
Sempre haverá
Um verso ao letrista.
 
Antes das cinzas de quarta
Cores e sensações,
Se a felicidade é momento
Por que não momentâneas paixões?
 
Por que não um pouco de sacode?
Permite-se à hipérbole
De dizer como Daniela:
- A cor dessa cidade sou eu!
 
Não!
 
Não só de tristes acordes
A vida insiste. Acorde!
Dê ao seu violão
Um pouco de apogeu.

AUTORIA: Velho Marujo

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